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domingo, 16 de novembro de 2014

SER PROFESSORA: AVALIAR E SER AVALIADA



A avaliação, cada vez mais torna-se alvo de indagações, de reflexões, de experimentação, de controvérsia. “(p.10)
Avaliação nunca foi vista com bons olhos pelos alunos, visto que tal meio de certificação de aprendizagem, é muito complicado de avaliar o grau de capacidade de cada aluno.

“Temos em comum a compreensão de que o processo avaliativo está vinculado à relação inclusão-exclusão, escolar e social, e de que os modelos hegemônicos de avaliação estão alinhados a concepções excludentes de ser humano, de relações sociais, de práticas pedagógicas e de dinâmica escolar.” (p.11)
Embora a avaliação seja um método utilizado constantemente no dia a dia, ela acaba sendo um mecanismo de inclusão ou exclusão das pessoas perante a sociedade.

 “[...] a avaliação classificatória não proporciona espaços significativos para um diálogo profundo, em que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos.” (p.14)

Esse tipo de avaliação não tem como principio em ajudar no desenvolvimento do aluno, pois ao tentar classificá-lo como bom ou ruim, o aluno tende a se sentir fora do contexto escolar, causando assim um mal estar.

“A avaliação classificatória configura-se com as idéias de mérito, julgamento, punição e recompensa, exigindo o distanciamento entre os sujeitos que se entrelaçam nas práticas escolares cotidianas.” (p.15)
Mesmo sendo tão utilizado esse método de avaliação nos dias atuais, isso mostra que a escola tem um papel fundamental no comportamento do aluno, pois ao julgá-lo ou classificá-lo poderá causar o distanciamento do mesmo com a escola.

“[...] a avaliação quantitativa expressa, no âmbito escolar, a epistemologia positivista que conduz uma metodologia em que a manipulação dos dados tem prioridade sobre a compreensão do processo.” (p.16)
Mesmo sendo um tipo de avaliação que possa analisar de modo geral todo o contexto escolar, ainda sim é necessário que se tenha uma boa compreensão sobre os motivos dos fatos que poderão está acontecendo no dia a dia da escola.

 “[...] A professora é apresentada como o sujeito que atua sobre os alunos e alunas transformados em objetos de conhecimento no processo avaliativo.” (p.19)

O papel do professor é visto como sendo ele o responsável pelo desenvolvimento do conhecimento nos alunos, e com isso transformando os alunos em objetos que deveram ser capazes de reproduzir muitas vezes o que foi dito pelo professor, nas suas avaliações.

“[...] O cotidiano escolar mostra como é frágil a definição do que é sujeito do conhecimento e do que é o objeto de conhecimento. A avaliação remete a uma ação da professora sobre os alunos e alunas, muitas vezes vista como uma relação de poder.” (p.20)

A relação do professor com o aluno é vista  sempre como uma ação de autoridade, pois o professor acaba muitas vezes impondo as suas vontades, já que o sujeito em questão é visto como um ser muitas vezes sem conhecimento. 

“O uso dos instrumentos de avaliação tem o sentido de fazer do(a) aluno(a) objeto, que pode ser fragmentado, medido, classificado, exposto, manipulado, porém a identidade da professora só se constitui quando confrontada pela diferença a seu outro, o estudante, que ressurge até pela invisibilidade como sujeito da relação, negando-se a condição de objeto [...]” (p.21)

Os testes avaliativos que os professores propõem para seus alunos, acabam tornando-os sempre objetos de referencias para medir o grau de compreensão, ou seja, muitos utilizam para pode classificar, medir o conhecimento que o aluno adquiriu durante o aprendizado da disciplina.

“[...] professoras mostram que elas não compartilham da avaliação classificatória, que se sentem obrigadas a realizá-la ou até mesmo é o único processo que conhecem e, ainda que tentem, não conseguem escapar da teia de relações na qual o processo escolar de avaliação tece.” (p.22)

Grande parte dos professores não consegue encontrar outras maneiras de utilizar avaliação com os seus alunos, pois muitos já se encontram acomodados e repete um discurso que não pode fugir muitas vezes das normas da instituição. Ficando assim, submisso a forma mais comum de avaliação na escola.

“[...] As notas, os conceitos, as fichas, são apenas aproximações, traduções, recortes, limites.” (p.23)

Embora o conhecimento não possa ser medido por medidas numéricas, a sociedade em si e a escola, insiste em utilizar métricas para dá um determinado valor ao indivíduo na sociedade.

 “No cotidiano escolar, avaliando e sendo avaliada, a professora vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a aprender mais – classificar produz exclusão e para ensinar é indispensável incluir.” (p. 23)

O professor vive no dilema no qual se questiona como ensinar, já classificar tende a excluir e reprovar não ensina. No entanto é necessário que o professor possa encontra meios que ajude a promover o ensino sem que o aluno se sinta excluindo.

  

 ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada.  In: ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed.São Paulo: Cortez 2005, p.13-37.

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