“A avaliação, cada vez
mais torna-se alvo de indagações, de reflexões, de experimentação, de
controvérsia. “(p.10)
Avaliação nunca foi vista com bons
olhos pelos alunos, visto que tal meio de certificação de aprendizagem, é muito
complicado de avaliar o grau de capacidade de cada aluno.
“Temos em comum a
compreensão de que o processo avaliativo está vinculado à relação
inclusão-exclusão, escolar e social, e de que os modelos hegemônicos de
avaliação estão alinhados a concepções excludentes de ser humano, de relações
sociais, de práticas pedagógicas e de dinâmica escolar.” (p.11)
Embora a avaliação seja um método
utilizado constantemente no dia a dia, ela acaba sendo um mecanismo de inclusão
ou exclusão das pessoas perante a sociedade.
“[...] a avaliação classificatória não
proporciona espaços significativos para um diálogo profundo, em que o processo
e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos.”
(p.14)
Esse tipo de avaliação não tem como
principio em ajudar no desenvolvimento do aluno, pois ao tentar classificá-lo
como bom ou ruim, o aluno tende a se sentir fora do contexto escolar, causando
assim um mal estar.
“A avaliação
classificatória configura-se com as idéias de mérito, julgamento, punição e
recompensa, exigindo o distanciamento entre os sujeitos que se entrelaçam nas
práticas escolares cotidianas.” (p.15)
Mesmo sendo tão utilizado esse
método de avaliação nos dias atuais, isso mostra que a escola tem um papel
fundamental no comportamento do aluno, pois ao julgá-lo ou classificá-lo poderá
causar o distanciamento do mesmo com a escola.
“[...] a avaliação
quantitativa expressa, no âmbito escolar, a epistemologia positivista que
conduz uma metodologia em que a manipulação dos dados tem prioridade sobre a
compreensão do processo.” (p.16)
Mesmo sendo um tipo de avaliação
que possa analisar de modo geral todo o contexto escolar, ainda sim é
necessário que se tenha uma boa compreensão sobre os motivos dos fatos que
poderão está acontecendo no dia a dia da escola.
“[...] A professora é apresentada como o
sujeito que atua sobre os alunos e alunas transformados em objetos de
conhecimento no processo avaliativo.” (p.19)
O
papel do professor é visto como sendo ele o responsável pelo desenvolvimento do
conhecimento nos alunos, e com isso transformando os alunos em objetos que
deveram ser capazes de reproduzir muitas vezes o que foi dito pelo professor,
nas suas avaliações.
“[...] O cotidiano
escolar mostra como é frágil a definição do que é sujeito do conhecimento e do
que é o objeto de conhecimento. A avaliação remete a uma ação da professora
sobre os alunos e alunas, muitas vezes vista como uma relação de poder.” (p.20)
A
relação do professor com o aluno é vista
sempre como uma ação de autoridade, pois o professor acaba muitas vezes
impondo as suas vontades, já que o sujeito em questão é visto como um ser
muitas vezes sem conhecimento.
“O uso dos instrumentos
de avaliação tem o sentido de fazer do(a) aluno(a) objeto, que pode ser
fragmentado, medido, classificado, exposto, manipulado, porém a identidade da
professora só se constitui quando confrontada pela diferença a seu outro, o
estudante, que ressurge até pela invisibilidade como sujeito da relação,
negando-se a condição de objeto [...]” (p.21)
Os
testes avaliativos que os professores propõem para seus alunos, acabam
tornando-os sempre objetos de referencias para medir o grau de compreensão, ou
seja, muitos utilizam para pode classificar, medir o conhecimento que o aluno
adquiriu durante o aprendizado da disciplina.
“[...]
professoras mostram que elas não compartilham da avaliação classificatória, que
se sentem obrigadas a realizá-la ou até mesmo é o único processo que conhecem
e, ainda que tentem, não conseguem escapar da teia de relações na qual o
processo escolar de avaliação tece.” (p.22)
Grande parte dos
professores não consegue encontrar outras maneiras de utilizar avaliação com os
seus alunos, pois muitos já se encontram acomodados e repete um discurso que
não pode fugir muitas vezes das normas da instituição. Ficando assim, submisso
a forma mais comum de avaliação na escola.
“[...] As notas, os
conceitos, as fichas, são apenas aproximações, traduções, recortes, limites.”
(p.23)
Embora o conhecimento não possa ser medido por medidas
numéricas, a sociedade em si e a escola, insiste em utilizar métricas para dá
um determinado valor ao indivíduo na sociedade.
“No cotidiano escolar, avaliando e sendo
avaliada, a professora vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso
classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a
aprender mais – classificar produz exclusão e para ensinar é indispensável
incluir.” (p. 23)
O professor vive no dilema no qual se questiona como
ensinar, já classificar tende a excluir e reprovar não ensina. No entanto é
necessário que o professor possa encontra meios que ajude a promover o ensino
sem que o aluno se sinta excluindo.
ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed.São Paulo: Cortez 2005, p.13-37.
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