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domingo, 16 de novembro de 2014

UMA POLÊMICA EM RELAÇÃO AO EXAME



O autor do livro Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos acredita que a sociedade ao longo do tempo se convenceu que o exame seria um instrumento capaz de melhorar o sistema de ensino, ou seja, o resultado de um poderia influenciar no outro, porém sabe que as relações entre exame e sistema de ensino não são iguais, já que o primeiro é utilizado para medir o nível de aprendizagem, enquanto o segundo dependerá de vários conjuntos sociais, políticos etc, para melhoramento do ensino.
O Conhecimento sempre foi visto como uma forma de ascensão social e de poder. Embora alguns estudiosos acreditem que o conhecimento não pode ser medido e nem mesurado em forma de notas, quanto menos estabelecer qual grau de ascensão o sujeito terá na vida. Porém a sociedade ao longo do tempo foi se utilizado de instrumentos capazes de medir a capacidade cognitiva do individuo. O exame é utilizado como instrumento de avaliação sobre a aprendizagem, mesmo visto pelos estudiosos, que não podemos considerá-lo como um medidor de conhecimento. No entanto, o autor diz que é natural pensar no exame depois de uma aula, para realmente certificar se o aluno aprendeu.
Foram atribuíram sobre o exame expectativas muitas vezes de ser o instrumento capaz de resolver diversos conflitos existentes na sociedade, como problemas na economia, sociais, psicopedagógicas etc. Desta forma, o exame acabou sendo uma dimensão de espaço, no qual é visto pelos professores, pela política, pelos alunos, tornando-se uma maneira objetiva de saber qual grau de sabedoria o individua possui, gerando assim, uma classificação e exclusão do mesmo na sociedade.
O exame ou avaliação embora seja utilizado como instrumento essencial para diversas formas de verificação de aprendizagem, ele não pode melhorar questões sociais, que são decorrentes de injustiças, quanto menos melhorar a educação que também é causada por falta de investimento.
A primeira inversão que temos sobre o exame, é que ele pode determinar o grau de inteligência do sujeito ou que tipo de cargo que o individuo possuirá na sociedade, dando-se assim, ao instrumento de avaliação o poder de decisão sobre o individuo, já que o mesmo é capaz de classificar de forma objetiva o “grau de cognição” do sujeito perante a sociedade.
A segunda inversão sobre o exame era que ele estivesse interligado com o método, já que na Didáctica Magna de Comenius ele seria a ultima parte que poderá ajudar a aprender. Porém o exame não poderia promover e nem classificar o aluno, visto que quando o aluno não compreender o assunto, caberá o professor tentar rever seus métodos para descobrir se houve algumas falhas. No entanto, com o passar dos séculos o exame deixou de ser visto como recurso no auxilio da aprendizagem e tornou-se uma forma objetiva de qualificar e promover o desempenho do individuo na sociedade. Enquanto a terceira inversão serve como mecanismo de controle sobre os processos de transformação na sociedade, pois os testes de coeficiente intelectual transformaram problema de injustiças sociais a dimensão biológica, ou seja, a sociedade fica livre dos problemas éticos, quando mostra que as diferenças são resultados biológicos.

Portanto, o autor mostra que ao decorrer do tempo o exame acabou perdendo a real importância na pedagogia, visto que ele se tornou um objeto de controle sobre diversos aspectos na educação, já que seu propósito hoje está interligado a nota e objetividade do que se pode fazer com o resultado obtido.

Referência:

BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame.  In: ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: de uma prática em busca de novos sentidos. 5. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.51-82. 

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