O
Luckesi acredita que para se ter um processo de ensino mais bem estruturado nas
escolas, é necessário que ocorram mudanças nos hábitos adquiridas pela instituição,
como também nas condições que a mesma apresentada. Porém, o autor ressalva que essas
mudanças não são tão fáceis, pois vivemos tão enraizados em nossa historia, na
sociedade e, dentro de cada um de nós, os antigos hábitos adquiridos ao longo
da história. Tornando difícil transitar do hábito do exame para uma prática da
avaliação.
Muitos
educadores tendem a ficar presos a processo que a sociedade adquiriu durante os
séculos, pois a aprendizagem se tornou um conjunto de regras, que são
estabelecidas no inicio do ano pelos professores, ou seja, aprender significar
tirar notas boas para passar de ano, caso o aluno não repete tais regras, o
mesmo será excluindo do processo de aprendizagem pelo próprio sistema. Para
Michel Foucault a instituição escolar se tornou um mecanismo de disciplinamento
através dos micropoderes, pois eles são os responsáveis por controlar as
pessoas, grupos e possuir poder para excluir o individuo socialmente. Visto que
a escola encarnou os recursos de exame para punir, amendrotar e controlar os
alunos, tentando tornar-lo mais disciplinados.
O
exame escolar se incorporou na metodologia de ensino do professor como a
principal ferramenta que auxilia na obtenção dos resultados, pois ao tentar
desconstruir-la da sua metodologia, o professor encontra grande dificuldade,
visto que a sociedade moderna acaba impondo, pois assim, como ela é o exame também
tende a ser excludente, tornando assim, um mecanismo de seleção perante a
sociedade.
Portanto,
para que se ocorra alguma mudança nesse processo de exame, é necessário remover
conceitos que estão na sociedade desde o inicio da história da educação, já que
os mesmos tendem a ser idealizados pela sociedade atual como forma de
ferramenta que auxilia o professor a ter controle sobre a sala de aula, como
também ser um instrumento “capaz” de diagnosticar superficialmente o processo
de aprendizagem do aluno.
Referência:
LUCKESI, Cipriano Carlos.
De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In: LUCKESI, Cipriano
Carlos. Avaliação da aprendizagem
escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.67-72.
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