“[...] ação pedagógica
que investia no processo da aprendizagem, a atual experiência está comprometida
com o investimento no seu produto.” (p.61)
A educação que antes era visto
pelos alunos como forma de aprendizagem, tornou-se para eles um produto sem
valor, pois o conhecimento não é mais prazeroso, e sim apenas resultados que
deverão alcançar nas escolas.
““Tirei 3.2, valendo 5”;
“Tirei 2, valendo 3”; “Tirei 7. Graças a Deus, já passei nessa unidade; com
isso é mais fácil chegar ao final do ano com 28 pontos, necessários para a
aprovação”; “Amanhã é dia de prova. Todos, na escola, vão fazer prova e vai ser
com fiscal”. Meu Deus, do da para a noite, os conceitos e os valores deram um
salto, para pior, acredito eu!” (p.62)
As notas se tornaram motivos de
preocupação entre os alunos, já que elas representam não só a situação escolar
dos mesmos, mas um produto que eles almejam obter para ser aprovado na
disciplina escolar.
“[...] Elas vinham de uma
experiência de investimento no processo e passaram para uma experiência de
investimento no produto [...]” (p.62)
Percebe-se
que os conceitos sobre educação acabam se transformando com o passar dos níveis
de escolaridade, visto que no ensino fundamental tais conceitos são voltadas
mais para aprendizagem do aluno, enquanto no ensino médio os valores e
conceitos sobre educação acabam se perdendo no decorrer desse processo de
aprendizagem, já que o aprendizagem passou a ser vista pelos alunos como um
corrida, na qual os mesmo tem que obter pontos para ganhar.
“O ato de examinar tem
como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou
reprovado”;” (p.62)
Os professores muitas vezes tendem
a excluir o aluno no processo de aprendizagem, visto que ao aplicar o exame, os
professores automaticamente acabam classificando e medindo numa escala numérica
o seu aprendizado.
“[...] Ao ato de examinar
não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a
demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam.”
(p.62)
O exame não estar a favor da
aprendizagem do aluno, visto que tal prática tem simplesmente a finalidade de
medição, ou seja, as notas deverão representar o grau de conhecimento que o
individuo obteve em determinado assunto, e não como deverão aprender.
“[...] O processo
compõe-se do conjunto de procedimentos que adotamos para chegar ao resultado
mais satisfatório;” (p.63)
As etapas utilizadas pelos professores
na construção da aprendizagem do aluno deverão ser bem claras e objetivas, pois
elas serviram para auxiliar nesse processo da aprendizagem, fazendo que haja
resultados positivos no final.
“Produto, por sua vez,
significa o resultado final ao qual chegamos [...]” (p.63)
O produto deverá ser alcançado
depois de ter feito um bom processo, visto que o resultado final será um
reflexo de como tal processo de aprendizagem dos alunos se deu durante o
percurso.
“[...] a pedagogia que
sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente
com o resultado satisfatório.” (p.64)
O
resultado final é mais importante para pedagogia da avaliação, do que o
processo que se levou para chegar ao resultado preestabelecido, visto que tal
metodologia valoriza o produto com qualidade e não o processo.
“[...] O ato de avaliar
dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções.” (p.64)
Avaliação
deve ser o recurso que o professor utilize para ter conhecimento de como anda o
aprendizagem da sua turma, pois só através dessa análise, o mesmo poderá criar
mecanismos que possa auxiliar e fortalecer o processo de ensino e aprendizagem
nos alunos.
“[...] Bom ensino é o
ensino de qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos
significativos e satisfatórios.” (p.64)
O
professor deve sempre aprimorar cada vez mais sua metodologia de ensino,
fazendo dela algo mais criativo, flexível e que possa valorizar cada etapa da
sua didática em sala de aula, pois o processo será importante para se obter bons
resultados no final, já que a mesmo influenciará na aprendizagem do aluno.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.61-65.
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